5 Benefícios da Adoração Congregacional

Cinco Benefícios da Adoração Congregacional
"Adorar a Jesus em comunidade talvez seja a coisa mais importante que fazemos. Essa ação tem um papel indispensável no reacender da chama espiritual".

Adorar a Jesus em comunidade talvez seja a coisa mais importante que fazemos. Essa ação tem um papel indispensável no reacender da chama espiritual, e mantê-la ardendo. A adoração congregacional integra a palavra de Deus, a oração e a comunhão, e por isso é um dos maiores meios da graça contínua de Deus na vida cristã.

Entretanto, pensar em adoração como um meio pode ser perigoso. A verdadeira adoração é fundamentalmente uma experiência do coração, e não um meio para qualquer outra coisa. Então, é importante distinguir entre quais benefícios podem nos motivar a sermos regulares na adoração congregacional, e qual foco nossas mentes e corações devem perseguir no momento da adoração.

De acordo com Don Whitney, “Há um elemento da adoração e do Cristianismo que não pode ser experimentado na adoração particular ou quando simplesmente se assiste ao culto. Há algumas graças e bênçãos que Deus dá apenas no ‘reunir-se’ com outros crentes” (Disciplinas Espirituais Para a Vida Cristã). Com certeza, muitas outras poderiam ser dadas, mas aqui estão cinco destas “graças e benefícios” que experimentamos unicamente no contexto da adoração congregacional.

1. O Despertar

Frequentemente, entramos na adoração congregacional sentindo uma espécie de nevoeiro espiritual.  Durante o caos da semana, os duros golpes da vida real num mundo caído podem nos desorientar em relação à realidade suprema e o que é verdadeiramente importante. Precisamos esvaziar nossa mente, recalibrar nosso espírito e fazer nosso lento coração “pegar no tranco”. Martinho Lutero observou que a adoração congregacional era poderosa para despertar seu fogo espiritual:

em casa, em minha própria casa, não há calor ou vigor em mim, mas, na igreja, quando a multidão se reúne, um fogo acende no meu coração e rompe em meu ser.

Melhor do que Lutero, entretanto, é a experiência do salmista inspirado. No Salmo 73, ele começa se desesperando por causa da prosperidade de seus conterrâneos perversos (versos 2-15). Mas o nevoeiro é dispersado quando ele entra na presença de Deus conscientemente:

Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.

(Salmos 73.16-17).

Ele estava abalado. A neblina espiritual estava forte. Porém, a importante descoberta ocorreu no contexto da adoração, que em seguida leva a essa expressão culminante de louvor:

Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre

(Salmos 73.25-26).

Quantas vezes vemos que isso também acontece conosco? Ao invés de ficar longe da adoração congregacional quando nos sentimos espiritualmente letárgicos, o que precisamos mais do que nunca é o despertar da adoração. Quando nossos corações sentem-se frios é quando mais precisamos lembrar nossas almas de que “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus” (Salmos 73.28).

2. A Garantia

Um segundo benefício é a dinâmica da comunidade – o que não significa apenas satisfazer nossos bons desejos de fazer parte de algo e a missão compartilhada (comunhão), mas também fornecer um catalisador para nossa garantia.

Embora possamos admirar figuras como Atanásio e Lutero, que permaneceram contra mundum, sozinhos contra o mundo, devemos lembrar que Deus disse que não é bom que estejamos sozinhos (Genesis 2.18). Esses heróis foram produto de dias terríveis e, inevitavelmente, suas histórias foram diluídas na memória coletiva de uma história distante. Nem Atanásio nem Lutero lutaram sozinhos totalmente, mas eles eram parte de comunidades fiéis que fomentaram e fortaleceram suas crenças impopulares na época.

E também é assim conosco. Não fomos feitos para permanecer solo, sem companheiros. Até mesmo em tempos tão preocupantes como os de Elias, Deus deu a ele sete mil que não tinham abandonado a verdade (1 Reis 19.18). Deus nos criou para a comunidade – e a chamou “a igreja” – e ser parte dessa grande comunidade local e global tem um papel importante não somente em nos assegurar de que não estamos enganando a nós mesmos, fingindo que nossa profissão de fé é crível, mas também em nos assegurar de que nós conhecemos Aquele em quem temos crido (2 Timóteo 1.12).

O culto na igreja local nos aponta para a adoração da igreja universal e para o fato de que Jesus tem um povo proveniente de muitas nações, e que um dia estarão juntos (Apocalipse 7.9).

3. O Avanço

A adoração congregacional também é uma parte indispensável da nossa santificação – nosso crescimento progressivo no processo de sermos conformados à imagem de Jesus (Romanos 8.29). Ela serve para nossa “edificação e encorajamento e consolação” geral (1 Coríntios 14.3), porém, quando juntos contemplamos Jesus nós também “estamos sendo transformados na sua própria imagem, de glória em glória” (2 Coríntios 3.18).

O crescimento cristão não é apenas como a aplicação de um sermão – algo que nós aprendemos, e então trabalhamos isso em nossas vidas naquela semana. Como Tim Keller diz, a santificação pode acontecer “in loco” enquanto ouvimos a pregação do evangelho e nos juntamos à adoração congregacional. Há vezes – que Deus as aumente – quando o Espírito Santo usa a Escritura lida, a oração feita, o coro cantado ou a verdade pregada conforme a nossa necessidade, e não apenas nos informa sobre a nossa caminhada cristã, mas nos cura naquele momento.

Quando nos juntamos à adoração congregacional, Deus não somente ama mudar nossas mentes, mas também os nossos corações “in loco” de forma definitiva.

4. A Aceitação de Sermos Liderados

Uma distinção importante entre a adoração pública e a particular é o lugar da nossa iniciativa. A adoração congregacional lembra-nos que nossa fé é fundamentalmente uma recepção, e não nossa própria iniciação. Em devocionais privadas, nós tomamos a liderança, de certa forma. Na adoração congregacional, somos feitos para receber a liderança de outros.

Na adoração particular, estamos no banco do motorista. Decidimos qual passagem ler, quando orar, o que orar, quanto tempo nos demoramos na leitura e meditação da Bíblia, quais canções ouvir ou cantar, quais verdades do evangelho pregamos a nós mesmos, e quais aplicações devemos considerar. Contudo, na adoração congregacional, nós respondemos. Outros pregam, oram, selecionam as canções e determinam quanto tempo devemos nos demorar em cada elemento. Somos posicionados para receber.

É algo maravilhoso fazer tais escolhas em nossas devocionais particulares, porém, também é bom que nós pratiquemos a devoção a Deus quando outra pessoa está tomando tais decisões. A adoração congregacional requer que nos disciplinemos para responder, e não apenas buscar a Deus sob nossas próprias condições. É uma oportunidade de abraçar o fato de sermos guiados, sem tomarmos a liderança sempre.

5. A Alegria Acentuada

Por último, mas não menos importante, é a experiência intensificada de adoração no contexto congregacional; temos um sentimento de respeito reverente misturado com admiração ainda mais acentuado; nossa própria adoração aumenta, nossa própria alegria é duplicada quando adoramos a Jesus em comunidade.

Como diz o provérbio sueco, uma alegria compartilhada é uma alegria em dobro. Na adoração congregacional, as “graças e benefícios” que nós desfrutamos de forma única não são somente o despertar, a garantia, o avanço e a aceitação de sermos liderados, mas também a alegria acentuada de uma adoração e admiração maior, mais profunda e mais rica, visto que nosso deleite em Jesus expande quando o magnificamos juntamente com outros.

O segredo da alegria na adoração congregacional não é apenas o auto-esquecimento – ou, dito de forma positiva, a preocupação com Jesus e sua glória – mas também a consciência feliz de que não estamos sozinhos na ação de termos nossas almas satisfeitas n’Ele.

Por: David Mathis. Copyright © 2014 Desiring God. Original: Five Benefits of Corporate Worship.
Tradução: Milton Fernandes. Revisão: Débora Oliveira

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