A adoração que Jesus ensinou – Quando a emoção sobrepuja as palavras

A adoração que Jesus ensinou – Quando a emoção sobrepuja as palavras
"A emoção e o sentimento ficaram em primeiro plano, os textos recitados não foi o protagonista, porquanto os fariseus reclamaram do entusiasmo e da determinação com que aclamavam Jesus."

A Páscoa está mais próxima, e nela está o conceito e expressão do amor violento de Cristo por nós, Jesus anunciou que com amor eterno nos amou, por isso com benignidade nos atraiu (Jr 31:3). Uma das tarefas mais repetida por Jesus foi repreender aqueles que se achavam aptos para julgar e criticar. Jesus falou mais sobre mordomia que sobre o céu e inferno, e controlar o hábito (ímpeto) de recriminar a adoração foi rigorosamente reprimido por Jesus. Não precisaríamos das palavras se elas nos faltassem, o salmista diz que antes que houvesse uma palavra, Ele de antemão saberia (Sl 139:4) todos os verbos e adjetivos que usaríamos para desviar a atenção de Deus do que realmente existe como intenção do nosso coração (Sl 139:2).

Aquele evento (Lc 19:28-40) ainda nos ensina algo estarrecedor, pois a emoção pode ser muito mais importante que as frases de adoração que pronunciamos. Veja só: Hosana! Esta é a expressão mais conhecida, porém havia outras sentenças retiradas dos Salmos 115 até o 118 que recitavam nas festas. Afinal você não acha que eles ficaram as horas que durou o cortejo de adoração apenas com a repetição ‘Hosana, bendito o vem em nome do Senhor’?

Mateus anotou que eles bradavam ‘Hosana’ (Mt 21.9). Lucas observou que eles gritavam ‘Paz no céu e glória nas maiores alturas’ (Lc 19:38). João escreveu o que ele ouviu, ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’ ( Jo 12:13). Marcos relatou que eles diziam: ‘bendito o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana, nas maiores alturas’ (Mc 11;10). Era um mar de gente, e cada grupo pronunciava a sua frase preferida. Uma multidão gritava seu brado de júbilo, enquanto outra multidão esgoelava ao seu modo, que festa! Cada discípulo em uma parte deste festejo registrou o que ouvia. Lembra que alguns dos fariseus pediram para Jesus exigir aos seus seguidores que parassem com a gritaria? Não perca este pormenor de vista.

Cada uma das frases foi de fato importante, já que não filmaram esta marcha com Jesus nós ficamos aqui imaginando como aconteceu. A maior parte do que bradaram são textos messiânicos do AT. Entretanto a questão principal não é a fidelidade da reprodução dos textos bíblicos, dos salmos ou dos profetas. É sim em relação ao sentimento e ao intuito que inspirava e movia as pessoas. Os fariseus estavam enfurecidos por causa dos gentios e dos judeus seguidores e discípulos que se apropriaram da esperança, do amor e da adoração a Jesus. E Jesus, como um rei, enquanto passava montado no jumentinho admirava e recebia as palavras que as pessoas apresentavam a Ele. Jesus acolhia a adoração e respondia com apreço, curtindo aquela homenagem que lhe prestavam.

A emoção e o sentimento ficaram em primeiro plano, os textos recitados não foi o protagonista, porquanto os fariseus reclamaram do entusiasmo e da determinação com que aclamavam Jesus. É fácil até para nós criticar aquelas pessoas que acompanharam Jesus arrancando galhos e jogando ao chão enquanto Ele passava. Já que alguns dias à frente eles trocariam as frases de ‘adoração’ por ‘condenação’, ‘boas vindas’ por ‘ já vai tarde!’ Ao invés de Hosana, crucifica-o! Mas espere um pouco! Quem gritou ‘crucifica-o’? Foram os judeus.

Onde ficou então a multidão de galileus para fazer um coro contrário? Tudo era plano de Deus, não havia a intenção ou propósito do Espírito Santo ou a mão de Deus promover um resgate ou interceder ou exaltar Jesus. Agora adorar é chorar. Em meio ao vale da sombra da morte ficar em meditação silenciosa e esperar a dinâmica de Deus agir na história ou individualmente. Nós passamos por isso, não é momento de falar, mas se emocionar, Deus acolhe a sua emoção e sentimento assim como se fosse qualquer texto bíblico falado, cantado ou uma poesia transformada em canção. O choro, o silêncio, o suspiro, o gemido e a dor, cada item deste também é adoração.

Você já passou por isso, quando a sua reação de extravasamento de um sentimento causado pela revelação de Jesus deixou outras pessoas (fariseus mesmo) se sentirem ameaçadas com a sua espontaneidade. A ausência do sentimento de adoração nestas pessoas às impedem de compreenderem os atos de adoração, seja de alegria ou de choro.

Na próxima ocasião, a adoração será chorar, porque o grande ato de adoração de Jesus está se aproximando…

Por: Ricardo Corrêa 

 

 

 

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