Cântico Novo: Inovar o formato da adoração
23 de maio de 2019Casey J – The Gathering
24 de maio de 2019Repetir? Outra vez?
Muitos frequentadores de igrejas modernas tem sido insultados com a repetição na adoração comunitária.
A era da informação nos condiciona para novos conteúdos, ideias e dados. Porque reler o que já leu, ouvir o que já foi ouvido, quando novas informações estão disponíveis hoje como nunca antes?
Mas nós sabemos o que o nosso acesso, sem precedentes, à novidades está fazendo conosco? Todas as indicações são de que estamos sendo ameaçados de nos tornarmos não mais sábios ou maduros, e sim mais rasos. Passar os olhos numa página e entoar algumas palavras de uma canção não é a mesma coisa que experimentar a realidade dessas palavras em nossos corações. Nossos corações não se movem tão rapidamente como nossos olhos e bocas.
É o que torna a adoração comunitária um elixir para um número cada vez maior de pessoas doentes hoje.
Aprenda a Sentir a Verdade
Tome o Salmo 136 como uma luz intermitente vermelha do Divino alertando que nossa nova intolerância para repetição é fora de sintonia com aquilo que significa ser humano. O salmo tem 26 versos, e cada verso termina com
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Ele relembra a bondade de Deus e sua supremacia, seu maravilhoso trabalho e sua maravilhosa criação, a sua obra de redenção pelo povo escravo e a provisão de uma rica terra.
Vinte e seis vezes o salmo repete este refrão – e nenhum deles é desperdiçado. Cada novo verso, um outro atributo ou o resgate de Deus é celebrado, e, em seguida, nossas almas são levadas mais fundo em seu firme e durável amor em cada repetição gloriosa.
O objetivo da música não é fazer da sua benignidade uma tradição solene, mas nos ajudar a sentir isso novamente em uma nova profundidade. A dança de cada novo verso, com cada retorno ao refrão, é projetado para suportar a verdade central sobre o amor resistente de Deus de uma forma mais profunda em nosso íntimo. O salmo não é um tratado sobre o inabalável e persistente amor de Deus, mas o que chamamos de meditação – menos linear e mais circular – trabalhada para ajudar a tratar a realidade de seu amor a partir de informações em nossa superfície mental para experiências em nossos corações.
Se você sair entediado (inalterado), você perdeu o foco. Mas se você sair profundamente aborrecido com Deus em sua alma (provou de novo a força e a doçura do se amor), você foi levado pelo Espírito Santo.
Mais Do Que Informações
Deus criou os seres humanos para meditarem. E é, cada vez mais, uma arte perdida na nossa época. Nós fomos feitos para pensar profundamente sobre a sua verdade, e não apenas ser informado sobre ela; para refletir das profundezas, e não apenas passar para a próxima peça de informações.
Formas não-cristãs de meditação procuram esvaziar a mente e transcender especificidades concretas para o etéreo e experimentar alguma forma de iluminação sem sentido. Mas a meditação cristã preenche a mente com a verdade bíblica e mastiga sobre ela, buscando saborear cada mordida.
Ao contrário de uma simples leitura, ou mesmo leitura lenta, onde nossas mentes e olhos mantém o ritmo em algum movimento, a meditação nos desacelera, num caminho para baixo. Fazemos uma pausa e refletimos. Leitura nos mantém marchando de forma linear, ao passo que a meditação nos move para um padrão mais espiral, limitando a informação definida e buscando pressionar e aplicar a verdade aos nossos corações, para realmente experimentarmos a verdade e não apenas deixá-la correr nos meio de nossas mentes e em nosso caminho para a próxima coisa.
Meditar Juntos
Um aspecto notável da adoração coletiva é que ela nos dá a oportunidade de meditar juntos. O auge de um bom sermão é tipicamente uma forma de meditação comunitária, liderada pelo pregador enquanto ele circula em torno de seu ponto principal e, verbalmente, amassa a bondade de Deus em nossos corações.
O centro dos nossos melhores louvores juntos, em música, é meditativo. Não é a descoberta e o fornecimento de uma estrofe obscura que liga nossos corações e nos chama para o céu, mas, retornando ao coro, que foi enriquecido com cada verso adicional. Os versos fornecem novas informações, mas o refrão que conhecemos tão bem insiste na verdade ainda mais profundamente em nossas almas. Os versos e refrão, juntos, ajudam-nos a conhecer a realidade ainda melhor, enquanto nós, coletivamente, digerimos essas verdades da mente em nossos corações. Eles nos ajudam a experimentar e sermos abalados pela verdade em nosso íntimo, não apenas a ensaiar informações sobre a superfície.
E só depois de ter tomado a verdade no coração, nós, organicamente, crescemos em ações externas e transformações vívidas. Em vez de contornar o coração, movendo-se da mente para as ações, meditação recebe a verdade em nossas almas e nos transforma em nossa parte mais profunda, de modo que nossas ações não são mais caiadas de branco, mas expressões autênticas do movimento de nossas almas.
Repetição proposital na adoração comunitária nos capacita a sermos mudados não apenas como indivíduos, mas como um povo. Não são apenas as verdade que lemos, mas a verdades que cantamos, e cantamos muitas vezes, e as temos em nossos corações – que nos moldam para uma vida de adoração.
Então, talvez nesse fim de semana, você terá a oportunidade de experimentar a repetição comunitária de novo, e em vez de invejar o líder de louvor, você pode encontrar um novo caminho para apreciar a grandeza e o amor de Deus.
Por: David Mathis. Copyright © 2016 Desiring God. Original: Why We Worship on Repeat
Tradução: Thiago Holanda. Revisão: Filipe Castelo Branco. © 2016 Cante as Escrituras.
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[…] A essência do entendimento bíblico sobre a idolatria, segundo G. K. Beale, é que adotamos as características daquilo que adoramos. […]