Técnica Vocal: Articulação

Técnica Vocal: Articulação

 

Continuando nossa série de artigos sobre Técnica Vocal, hoje abordaremos o tem: Articulação.

Articulação é o movimento de língua e lábio. Nossas cordas vocais produzem sons de vogais. Possuímos em nosso céu da boca treze músculos que estão ali, não apenas para não deixar um buraco dentro de nós, e sim para complementar o trabalho de nossas cordas vocais. Chamamos nosso “céu da boca” de Palato.

Passe sua língua atrás dos dentes frontais superiores e observe uma musculatura rígida e vá até o meio do céu da boca, esse é o Palato Duro, responsável pelos seus sons graves, agora siga passando a língua até lá atrás, observe uma musculatura mole, esse é seu Palato Mole, responsável pelos seus sons agudos.

O processo de articulação está em direcionar a nossa voz para o lugar correto dentro da boca, antes de ela sair, complementando o trabalho das cordas vocais. Como existem músculos que trabalham para criar nossos graves, médios e agudos, precisamos direcionar a voz para que eles sejam produzidos e não forçar a garganta ou deslocar nosso timbre natural para produzir o som desejado.

Para termos essa sensação mais presente, começaremos o trabalho com a vogal “U”.

Articulação da vogal U – Lábios projetados para frente, como falamos “umbu”, língua repousada na gengiva inferior,  preferencialmente atrás dos dentes e direcionamento do som para o palato duro, mesmo para notas agudas. Se pensarmos em direcionar nossa voz para frente, provavelmente iremos comandá-la para fora e ela não terá aonde ressoar.

Se você toca e/ou possui um instrumento, sugiro estes exercícios na escala de Dó Maior, a saber, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó:

1. Cantando a vogal “U”, toque a primeira nota, ouça o som e reproduza tal qual o instrumento. Faça isso nota a nota, até chegar no “dó” de novo, então cante a escala na ordem decrescente. Você pode repetir isto quantas vezes achar necessário, até que perceba que a freqüência da nota é igual à do instrumento (não existe vibração excessiva entre elas);

, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó    –   dó, si, lá, sol, fá, mi, ré, dó

2. Cantando a vogal “U”, da mesma forma como no exercício anterior, só que com intervalos entre as notas, toque e cante na seguinte ordem:

, mi, sol, mi  – ré, fá, lá, fá – mi, sol, si, sol – fá, lá, dó, lá – mi, sol, si, sol – ré, fá, lá, fá – dó, mi, sol, mi – dó.

Se você não toca ou não possui um instrumento, você tem duas alternativas. Pedir pra alguém que toque ajudá-lo a executar o exercício, ou, intuitivamente, fazê-lo, tomando o cuidado de não abusar da extensão vocal de sua voz. Um toque que sempre dou é ter como ponto de início uma voz grave para você. Tente cantar a nota mais grave que você alcança e então vá subindo, som a som, sete notas a partir da que você começou a cantar, e em seguida, desça novamente até ela. Quero no entanto enfatizar que o resultado do exercício feito desta forma fica muito aquém do mesmo feito com acompanhamento do instrumento, por causa da referência da onda sonora produzida pelo instrumento. Esta onda é compreendida pela nossa mente como freqüência, e todo o nosso corpo pode senti-la. Quando cantamos a mesma freqüência, então há uma sensação agradável de plenitude, sentida pelo corpo, o que não ocorre quando você canta sozinho, pois não existem as duas ondas sendo emitidas simultaneamente.

Aquecimento vocal

O aquecimento vocal está inserido no contexto de articulação, pois se tratando da vogal “U”, trabalhamos aquecimento, mas existem outros sons que aquecem as cordas vocais, palato e músculos da face ao mesmo tempo. São estes:

Brrrrrrr

Drrrrrrr

Você pode exercitar, com este tipo de emissão, os mesmos exercícios de escalas.

Por: Luciana Fratelli. © 2016 Portal Adorando.

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