Conselhos para uma nova geração com Ana Paula Valadão
12 de janeiro de 2022Adorando Indica: livro “Adoração no Lar”
20 de janeiro de 2022Gostaria de falar um pouco sobre equipe de louvor e, embora o que tenho a compartilhar tenha grande influência no aspecto técnico musical e no resultado do som do grupo, não trata-se exatamente de música.
Muitas vezes fazemos parte de um grupo musical dentro da igreja, uma banda de apoio, ou coral, e não entendemos o porquê de, embora haja ensaio, em alguns casos até mesmo de forma exaustiva, o grupo não consegue ter um som coeso, sincronizado. Certamente em alguns casos a técnica pode falhar, dificuldades de andamento, distribuição de acordes, notas “demais”… mas há casos em que os músicos tocam bem, sabem o que devem fazer, mas na hora de fluir o som da banda, esse não está “inteiro”, conectado.
Sabemos que tocar música como ministros do Evangelho exige muito mais de nós do que apenas conhecimento musical. Exige conexão com o Espírito Santo, e conhecimento das Escrituras, mais do que tudo, exige um Novo Nascimento. Quando nos tornamos cristãos, passamos a fazer parte de uma nova família, de um corpo, passamos a ser Igreja. Somos portanto partes de um todo (Rm 12.5), sendo Cristo o cabeça (Cl 1.18).
Tocar num grupo de música cristã sem esse entendimento faz com que a música não tenha um propósito claro, um objetivo além de entreter. Existem muitos aspectos que poderíamos abordar, mas gostaria de falar apenas de um elemento: a unidade.
O grupo (note que no singular) precisa sim estar afinado musicalmente, porém se não houver harmonia no convívio, será muito difícil existir um som unido e sincronizado na banda. Quando os integrantes se conhecem, se amam e se respeitam, muitas vezes eles não precisam nem se comunicar verbalmente, eles conseguem perceber um no outro o que está para acontecer, como o que o tecladista está pensando em fazer, o momento de um solo de guitarra, a intensidade da bateria. Essa unidade não é construída nos momentos de ensaio apenas, mas nos períodos de conversa, de compartilhar da Palavra, o comer junto, dividir, orar.
Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. At 2.44
Muitas vezes achamos que quanto mais tocarmos juntos, mais unidos seremos em nosso som, mas não é apenas isso. É preciso ter tempo para nos conhecermos melhor. Separar um tempo do ensaio para conversar, compartilhar as dificuldades, experiências e vitórias de cada um, principalmente, compartilhar como a Palavra tem transformado cada um, é tão importante quanto (ou mais) do que passar e repassar aquela convenção para subir o tom da música. É necessário trazer a memória o objetivo que temos como Igreja, que não é ter a equipe de louvor mais sincronizada, mas trazer transformação através de nossas vidas e testemunho, servindo a comunidade com amor, estando à disposição do povo como um único organismo. Vejo que hoje na igreja existem grupos que não se misturam com as pessoas “abaixo” da plataforma, e competem entre si. Isso jamais deveria ser assim.
E lhes darei um só propósito, um só coração e um só Caminho; a fim de que me amem com amor reverente para sempre, para o seu bem e para o bem de seus filhos no futuro. Jr 32.39
Vamos buscar ser Igreja, no seu real sentido. Quando estamos reunidos num grupo, somos Igreja nesse grupo, vivendo um para o outro, inteiramente e de forma profunda; quando numa plataforma, somos Igreja com todos os que estão nela ou fora dela, somos um com todos, oferecendo nossos louvores a Deus, com um só coração. Sejamos um grupo de louvor de pessoas que tocam junto, comem junto, andam junto e adoram juntos o único Deus
E da multidão dos que creram, um só era o sentimento e a maneira de pensar. Ninguém considerava exclusivamente seu os bens que possuía, mas todos compartilhavam tudo entre si. At. 4.32
Por : Luciana Fratelli