Dependentes dos homens ou submissos ao chamado de Deus?

Dependentes
"Quando o líder prioriza o coração, sem abrir mão da habilidade, faz com que todos cumpram o chamado e Deus é glorificado."

Quando negamos o propósito de Deus estamos afirmando que os nossos planos estão acima dos planos de Deus. Neste estágio de escolha o pecado que parasitou-se na alma sufoca o espírito com sua obstinação por realização egoísta pessoal.

“Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão,” 2 Pedro: 1. 10.

É sobre isso que vou pautar neste artigo: consolidar o chamado, mas que, em certas situações, o músico tropeça na fé e deixa de lado seu chamado por causa de uma oportunidade oferecida a ele. E por isso, ele escolhe ir por outro caminho. Nós somos chamados e estabelecidos por Deus em uma posição segundo seu propósito. Entretanto muitos músicos e ministros se tornam dependentes das oportunidades de homens e se movem nesta direção.

É pouco pregado que sejamos radicais com o pecado, muitos pregadores dizem que podemos encará-lo como um problema, e que nesta nova condição é possível coexistir com a presença de Deus. Igrejas nascem ou se adaptam influenciadas por esse relativismo externo que já soldou-se à instituição. Sua remoção agora tem semelhante referência traumática a quando Esdras ordenou o povo a se desfazer das mulheres e filhos estrangeiros (Esdras 10). É tão dolorido se desfazer do pecado que uma trama com deturpação teológica é aceita para permitir e aprovar decisões de escolha pessoal e não pela direção de Deus. Permanecer fiel ao chamado ou ceder a outras oportunidades?

Denúncia – líder que se beneficia da dependência dos músicos e ministros

Há muitas atitudes no comportamento de líderes que supervalorizam a instituição e subvalorizam o individuo. A igreja se serve de posições chaves como a de líder de um departamento de funcionamento espiritual de evidência. Com isso, faz nascer um produto que se torna objeto do desejo daqueles que almejam esta posição e que tem um objetivo pessoal que não é estritamente o serviço a Deus e à igreja. Mas um interesse particular de oportunismo. Sou defensor que o melhor candidato deve ocupar frentes de ministérios dentro da igreja, contudo que suas peculiaridades sejam equilibradas entre unção e profissionalismo. Entretanto fico receoso e apreensivo de alguém mais técnico do que espiritual ocupar posição de liderança. Quando o líder prioriza o coração, sem abrir mão da habilidade, faz com que todos cumpram o chamado e Deus é glorificado.

O comércio da unção é tão visível que observamos líderes aprisionar músicos e ministros através de chantagem, manipulação ou, como Labão enganava Jacó, iludir com falsas promessas. Uma trama desonesta alimentada pelo movimento de entretenimento, comércio e disputa que muitas igrejas abraçaram.  Como a moda de roupas, em que cada estação é regida pelo uso de uma proposta de popularidade. Quanto ao que Deus pensa ou quer é posto em segunda posição. Isso exerce pressão desesperadora naqueles que estão sinceramente dispostos em servir a Deus através do seu chamado. Podemos dizer que é como a tentação de um pecado sexual. Não é exagero ou radical, a sedução de deixar para trás a fidelidade de um relacionamento firmado pelo chamado e ceder a uma concupiscência. Em muitos casos isto é provocado pela forma como algumas igrejas preferem valorizar a moda do que a essência, priorizar o que é corruptível do que os princípios, desejar o lucro a compartilhar suas riquezas.

Alguns líderes agem assim, através da manipulação, prostituem seus músicos e ministros desvirtuando as convicções que possuem dos seus chamados pessoais. Por qual razão fazem isto? Porque amam mais seus ventres (Fl 3.19) que o Reino de Deus. Quem se preocupa com o Reino não permite que seus músicos ou ministros sejam tentados a se afastarem da integridade por causa da perversidade da liderança (Mq 3.1). Todo líder é passível de repreensão se distanciar da prática do pastoreio abnegado ( 1Tm 5.19). A conduta irrepreensível é requerida do cristão, líder ou liderado, não importa. O líder não deve por tropeços ao crescimento e expansão do ministério pessoal do músico ou ministro. Alguém pode dizer que é uma escolha ceder a tentação. Isto é verdade, mas cada pessoa possui seu limite. Uns tem mais resistência que outros. É dever do líder formar Cristo nos seus liderados, e por isso, Cristo deve ter já tomado a vida do líder. Cristo não iria prometer algo e não cumprir, defraudar, ludibriar ou edificar sua casa com injustiça (Jr 22.13).

Músicos e ministros que se tornam dependentes de oportunidades

Não é um versículo, mas uma canção que diz, o chamado é maior que a própria vida. Talvez isso seja a sombra do Salmos 63.3 ou a influência da referência direta que Paulo fala em Atos 20.24. Isso seria improdutivo, tentar te convencer por outras linhas sobre a importância do seu chamado. Quão importante é o seu chamado, e qual oportunidade de homens te faria desistir dele? Os dois textos são categóricos, tanto o salmista quanto Paulo descobriram através de uma revelação que o chamado tem valor superior as escolhas e planos pessoais. E o valor equiparado é o da “própria vida”! Como isso é caro! Consegue perceber?

Quando nos tornamos dependentes de oportunidades é um sinal de que desvalorizamos o chamado. Logo não somos dignos e nos tornamos impedidos de exercer o ministério de louvor e adoração, que tem como propósito testemunhar a glória de Deus, porquanto perdemos a autoridade de ministrar algo que deixamos de viver. Neste caso é o ministro ou músico ensinar ou ministrar para igreja local dizendo para permanecer firme e confiante nas promessas de Deus, porém ele mesmo não está vivendo esta mensagem. Pense num ministro de louvor cantando canções que desafiam a igreja ao sacrifício da vontade da carne e escolher o centro da vontade de Deus, porém ele… Um desastre!

Já lemos tanto estes textos que nos tornamos insensíveis. Portanto: “Jesus respondeu:

“Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”.

Lucas 9: 62. Veja como estamos indiferentes a Palavra: Não te deixa preocupado Jesus afirmar que se você abandonou seu chamado do primeiro amor e seguiu outras propostas sedutoras, feitas por homens, você na verdade, não é mais digno Dele (Mt 10.38)? Deveria se sentir desesperado por estar tão longe da vontade de Deus para sua vida.

Seria extremamente radical afirmar que esta situação poderia ser nomeada como ‘prostitutos do altar?’ Acho que não! Estes descendentes de Balaão, que negociam seus valores, estão  sendo seduzidos e também enganados. Nosso grande mal é tentar mudar a verdade de Deus e ainda persistir no autoengano. Esta palavra de Deus ainda vale para hoje:

“Se alguém, cujo coração se afastou do Senhor para adorar outros deuses, ouvir as palavras deste juramento, invocar uma bênção sobre si mesmo e pensar: “Estarei em segurança, muito embora persista em seguir o meu próprio caminho”, trará desgraça tanto à terra irrigada quanto à terra seca.” Deuteronômio 29.19.

Consolide seu chamado para não tropeçar

Quando nos aprofundamos no relacionamento com Deus nos tornamos mais resistentes aos questionamentos de nossa própria carne. Assim seguimos confiantes que estamos no centro da vontade de Deus e verdadeiramente viveremos o que é bom, perfeito e agradável. A bandeira da adoração que levamos e levantamos reflete a nossa vida, isso diz respeito que temos que sacrificar a nossa vontade de se mover pelas oportunidades para agradar a Deus. Sem esta profundidade no relacionamento nos tornamos insensíveis e suscetíveis. Certamente sofreremos pelo comprometimento do discernimento em identificar o que o diabo nos coloca como proposta vantajosa sobre a vontade de Deus.

O versículo anterior (Dt 29.19) é a resposta para quem está se perguntando: Por que tantos projetos oferecidos não são exatamente como prometido? E também: Por que eles não se consolidam e ainda promovem marcas de decepções no ministério pessoal? Fortaleça o seu chamado se tornando íntimo de Deus, quando verdadeiramente temos intimidade transmitimos que somos pessoas de confiança.

Você é uma pessoa de confiança? Você permanece fiel ao chamado? Você está servindo com empenho e dedicação no lugar que Deus plantou você? Ou está sendo seduzido a abandonar o propósito de Deus para segurar uma oportunidade dada por homens?

Por: Ricardo M. Corrêa

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