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6 de junho de 2016A cura do menino endemoninhado (Mt 17.14-20), à primeira vista parece ser apenas mais uma de uma série de curas milagrosas registradas por Mateus. O que torna este feito único é a ênfase de Jesus sobre o papel da fé. É verdade que a fé é proeminente nos milagres registrados no capítulo 9, mas no capítulo 17 é a falta de fé que é enfatizado por Jesus.
Que Deus não é dependente de fé humana para realizar a Sua obra fica claro a partir dos relatos de outros milagres registrados por Mateus. A transfiguração de Jesus imediatamente antes da cura do menino é um excelente exemplo. Foi um milagre espetacular; e a fé humana não estava envolvida. Isto também é verdade na alimentação dos cinco mil (Mt 14.13-21) e os quatro mil (15.32-38). Então a primeira coisa que precisamos aprender sobre a fé e o poder de Deus é que Ele não é dependente da nossa fé para fazer a Sua obra. Deus não será refém de nossa falta de fé.
A segunda coisa que precisa aprender, no entanto, é que Deus muitas vezes exige a nossa fé na realização de seus propósitos. Vemos isso na cura do rapaz endemoninhado. Marcos, em seu relato, apresenta isto acentuadamente na conversa de Jesus com o pai do menino. O pai, em grande aflição, disse a Jesus: “Mas se você pode fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Mc 9.22). Ele já tinha experimentado o fracasso dos discípulos, então ele não tinha certeza se Jesus poderia ajudar. Sua fé neste ponto pode ser descrita como não mais do que uma esperança incerta de que Jesus poderia fazer o que os discípulos não puderam fazer.
Jesus respondeu ao pai: “Se você pode! Tudo é possível para aquele que crê “(v. 23). A fé bíblica pode ser descrita de maneiras diferentes, dependendo da situação. A descrição da fé em Hebreus 11.1 como “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”, era apropriada para os destinatários judeus da carta, que estavam enfrentando severa oposição e precisavam ser incentivados quanto à certeza da sua esperança em Cristo.
Para o pai do menino, fé significava acreditar que Jesus poderia curar seu filho. Freqüentemente somos como o pai. Podemos enfrentar o que parece ser uma situação intratável, e porque temos orado muito tempo sem uma resposta, começamos a duvidar de que Deus pode responder a nossa oração. Mas temos de acreditar que para Deus nada é impossível.
Sarah, a esposa de Abraão, duvidou que Deus poderia dar-lhes um filho na sua idade avançada, para a qual Deus respondeu: “Há alguma coisa difícil para o Senhor?” (Gn 18.14). Séculos mais tarde, o profeta Jeremias vacilou em sua fé quando Deus lhe disse para comprar um campo em face da invasão dos caldeus (Jr 32.6-26). Mais uma vez a resposta de Deus foi: “Há alguma coisa difícil para mim?” (v. 27).. Ter fé em Deus, mesmo em face de oração sem resposta ou uma situação aparentemente impossível, significa que nós continuamos a acreditar que Ele pode fazer o que parece impossível para nós.
A importância da fé é ainda mais enfatizada na resposta de Jesus para a pergunta dos seus discípulos: “Por que não pudemos expulsá-lo?” (Mt 17.19.). Ele disse que era por causa de sua pouca fé. Não nos é dito de que maneira sua fé era deficiente. Nós sabemos que Jesus já havia lhes dado autoridade sobre os demônios para expulsá-los (Mt 101-8.), Então por que que fé deles era tão fraca neste momento? Talvez fosse porque o demônio não respondeu imediatamente ao seu comando, e então eles começaram a duvidar do poder de Jesus. Ou talvez eles presumiram que porque tinham sido bem sucedido antes, eles também seriam naquele momento. Assim, vemos que a fé não só envolve uma firme confiança no poder e habilidade de Jesus, mas também uma renúncia completa de qualquer confiança na nossa própria.
Em Mateus 17, vemos um exemplo da providência de Deus em ação, em conexão com um evento mundano – o pagamento do imposto do templo. Jesus, como o Filho de Deus, não tinha a obrigação de pagar o imposto. No entanto, a fim de não causar escândalo, Ele enviou Pedro para pegar um peixe em cuja boca tinha o dinheiro requerido. Este breve relato levanta algumas questões: Como o dinheiro entrou na boca do peixe? Como Pedro apenas “aconteceu” de pegar aquele peixe e não outro nas proximidades? É possível que Jesus tenha realizado um milagre e criado a moeda a partir do nada na boca do peixe.
É mais provável, porém, que era uma obra da providência. Alguém “acidentalmente” deixou cair uma moeda no mar. Um peixe em particular agarrou-o e ele ficou preso em sua boca. O peixe nadou até o local exato onde Pedro lança sua rede e o peixe foi capturado. Nenhum desses eventos foram milagrosos; mas todos eles eram necessários para realizar o propósito de Jesus, e Jesus estava no controle de cada um deles. O poder de Deus é um trabalho de Sua providência, como também de seus milagres. Então, à medida que luta com a nossa própria fé, ou a falta dela, nas situações difíceis da vida, vamos acreditar que Deus é capaz, seja através de milagres ou providência, de cuidar de nós.
Por: Jerry Bridges. Copyright © 2008 Ligonier Ministries. Original: Faith and the Power of God
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[…] de Deus. Não descobrimos ainda muito do que há Dele em nós, nem tampouco experimentamos o seu poder que pode se manifestar através do ato específico da nossa […]