Teoria Musical: Escalas

Teoria Musical: Escalas

Escala é um conjunto de notas, geralmente apresentada de forma sucessiva, ascendente e descendente, de uma forma pré-estabelecida. Existem muitas escalas, tanto no sistema temperado (música ocidental) como do não temperado. Dentre as mais comuns é importante destacar as pentatônicas (escalas formadas de cinco sons), muito utilizadas na música oriental, as hexafônicas (seis sons) e as heptatônicas (sete sons), sendo esta última a forma mais comum do sistema ocidental.

A escala Diatônica é o tipo de escala que estamos acostumados a utilizar (do grego diatonikos = procedendo por tons, procedendo conforme a sucessão de tons e semitons). Esta variação de distâncias entre as notas irá gerar intervalos diferentes, resultando numa variação dos graus das escalas em relação umas às outras e que dão origem às escalas maiores ou menores, alteradas ou diminutas e os modos existentes. De acordo com Wisnik, a “escala é um estoque simultâneo de intervalos, unidades distintivas que serão combinadas para formar sucessões melódicas”1.

No nosso sistema musical (ocidental) a escala pode alcançar o número máximo de doze notas.  Se utilizarmos as doze notas do sistema musical obteremos a escala Cromática (do grego: chrôma = cor, ou seja, notas coloridas) que é formada apenas por semitons.

Utilizar-se do conhecimento dos intervalos na diferenciação das escalas traz muito mais resultados do que simplesmente decorarmos escalas e mais escalas, ou pior ainda decorar modelos e dedilhados (isso principalmente para guitarristas, violonistas e baixistas, que possuem instrumentos geometricamente idealizados).

Precisamos compreender que todas as melodias que ouvimos, bem como todos os acordes (tríades e tétrades) são provenientes de alguma escala. Podemos dizer que a escala é o princípio para se fazer música e entendê-la, claro que aqui estamos tratando de música tonal ou mesmo da atual música modal2.

Começaremos nossa análise com a Escala Diatônica Maior (Jônica), por se tratar da escala mais conhecida, mais usada e a primeira a ser aprendida nos cursos de música, e aprendida até mesmo fora das escolas de música, pois existe até uma cantiga folclórica onde se cantam as sete notas naturais do sistema musical com seus sons musicais e nomes respectivos, o que faz dela a escala mais importante e o ponto de partida para o estudo das demais escalas musicais. A origem dessa escala se deu pelo estudo de concepções e teorias desenvolvidas a partir de uma interpretação da série harmônica. Vejamos a escala Maior Natural de (C) a seguir:

Escala Maior

É importante perceber os intervalos presentes nesta escala, pois sua importância do ponto de vista didático e até mesmo prático está totalmente ligada aos seus intervalos. A escala Jônica foi escolhida como a principal escala porque não contém intervalos alterados e transmite forçosamente a sensação de tonalidade. Talvez essa sensação seja dada como certa aos nossos ouvidos, pois, como já foi citado anteriormente, é a primeira escala que ouvimos quando ainda bebês, e talvez também, pois a maioria das composições musicais que ouvimos seja baseada nela.

Vamos compará-la agora, com a Escala Menor Natural (Eólia), outra escala muito comum.

escala menor

Analisando os intervalos percebemos que a diferença entre as duas escalas está em três intervalos: 3ª, 6ª e 7ª, os três intervalos que eram maiores tornaram-se menores. Apenas mudando três intervalos temos uma nova escala.

Escala Menor Harmônica

escalamenorharmonica

A Escala Menor Harmônica teve sua origem na construção do Campo Harmônico Menor, que necessitava de um Dominante, como veremos mais adiante. Alterando-se o sétimo grau é perceptível ao ouvido a sensação de tensão criada. A resolução na tônica torna-se mais forte.

Escala Menor Melódica

escalamenormelodica

A Escala Menor Melódica tem além da alteração no sétimo grau, uma alteração no sexto grau de sexta menor para sexta maior. É uma escala que terá a tensão para resolução na tônica como a Escala Menor Harmônica e ainda uma alteração no sexto grau que não terá forte impacto harmônico e sim melódico, daí a nomenclatura da escala. O sexto grau maior evita o choque que o sexto grau menor tem com a quinta justa.

 

Por: Samuel Fratelli. © 2016.

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