Como tocar bateria – Dicas para o uso do chimbal

chimbal
O chimbal exerce um papel muito importante neste processo e saber como usa-lo nos ajuda a produzir a dinâmica correta.

Toda música tem variações de intensidade e estas variações produzem a dinâmica que ela exige a fim de que sua mensagem seja bem entendida e absorvida. Já tratamos de intensidade e dinâmica em outro artigo. Veja mais: Intensidade e sua relação com a dinâmica.

O chimbal exerce um papel muito importante neste processo e saber como usa-lo nos ajuda a produzir a dinâmica correta.

O que é o chimbal?

O chimbal é também conhecido como Hi-Hat ou prato de choque e é composto por dois pratos. O prato que fica posicionado em baixo normalmente tem uma liga de metal mais espessa que o prato posicionado na parte superior que também é chamado de Top.

O chimbal é controlado por uma peça chamada de máquina de chimbal que tocada com os pés provoca o choque entre o prato inferior e o prato superior assim como também pode mantê-los na posição fechada.

O uso do Chimbal

O chimbal é determinante para que o objetivo de produzir a dinâmica adequada seja alcançada.

Poderíamos definir o uso do chimbal em uma música da seguinte forma.

O usamos quando a música exige uma intensidade menor. Isto acontece no início das músicas, dependendo do arranjo estabelecido, ou no início e durante as estrofes quando o que precisa ser ouvido com mais clareza é a melodia cantada.

Quando a música exige uma intensidade maior o prato de condução é usado.

Em muitas situações o chimbal é usado para marcação do tempo e condução da música.

Para isto é importante o baterista conhecer o arranjo da música, isto é:

  • Como a introdução será executada e por quais instrumentos
  • Em que momento as estrofes e os coros serão cantados
  • Para onde a música retornará após cada estrofe e coro e
  • Como a música terminará.

Muitas músicas começam com uma introdução mais intensa e isto exige que o baterista inicie esta sessão no prato de condução.

Logo em seguida, quando a melodia começará a ser cantada, será necessário diminuir a intensidade e a melhor maneira de produzir esta diminuição é conduzir esta sessão no chimbal.

Também não é raro algumas músicas exigirem que a intensidade aumente um pouco, mas não muito. Para isto nem sempre é necessário usar o prato de condução, basta abrir um pouco o chimbal.

Podemos também usar o chimbal aberto onde cada toque executado fará com que o prato superior se choque com o inferior para que assim possam ressoar mais prolongadamente e mesmo tempo que um toque seja ligado ao outro. É preciso muito bom senso para utilizar o chimbal desta forma pois o uso inadequado pode encobrir os outros instrumentos e a voz.

Estas são apenas algumas dicas de como usar o Chimbal.  Quero a seguir analisar uma música do Asas.

Analisando o uso do Chimbal na música Verbo Vivo – CD Único

Podemos observar nesta música que foi estabelecido 8 compassos de introdução que são marcados de forma sutil no prato de condução.

A seguir temos mais 8 compassos onde a primeira estrofe é entoada e a marcação continua no prato de condução ainda de forma sutil.

No 4° tempo do 16º compasso uma virada é executada para o início de 8 compassos de refrão. Note que neste momento a música exige uma intensidade maior.

Na gravação original (ouça Verbo Vivo) o chimbal é tocado nestes 8 compassos de refrão com um pouco mais de energia.
Ao vivo esta sessão da música normalmente é tocada no prato de condução produzindo uma intensidade mezzo forte.

Em seguida temos uma estrofe de 4 compassos onde um arranjo é executado com marcação no prato de condução que antecipa os 4 compassos que serão tocados no chimbal com uma intensidade mezzo piano. Isto significa que esta sessão deve ser tocada de uma forma intermediária entre a intensidade fraca e a forte.

A música cresce novamente no refrão e o prato de condução pode ser tocado novamente por 8 compassos agora usando a figura 8 (Colcheias) com na intensidade mezzo forte (pouco abaixo do forte).

Voltamos ao chimbal para 16 compassos mezzo piano seguidos por uma ponte de 8 compassos que partimos de uma intensidade mezzo piano no chimbal até o forte tocado por 16 compasso no prato de condução.

Vale lembrar que forte não significa tocar de forma ensurdecedora.

No interlúdio de 16 compassos há um solo de guitarra que precede o final da música onde o prato de condução continua sendo tocado forte durante o solo.

Ao final desta sessão teremos 16 compassos finais onde somente a voz e o piano são tocados e a música termina.

Algo importante a ser apontado é que enquanto tocamos o prato de condução o chimbal é tocado nos tempos 2 e 4 com os pés. Você vai perceber que este toque irá coincidir com o toque da caixa.

Normalmente este é o padrão nas mais diversas músicas.

Segue abaixo a transcrição do que falei acima. Observe os ritornelos que usei para economizar espaço. Observe também que, ao ouvir a música, haverá mais 16 compassos de voz e piano no final que não descrevi na partitura.

Em nosso próximo bate papo vamos falar dos contratempos e analisar mais uma música.

Mais uma vez espero ter ajudado você a expandir seus horizontes musicais.

Deixe suas dúvidas ou sugestões nos comentários. Terei prazer em responder.

Nos vemos na próxima matéria e lembre-se:

… tocai com habilidade e alegria Salmo 33.3 – Almeida 21

Por: Jefferson Ilário

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