A Música e a Medicina

A Música e a Medicina
"Sou cristão por convicção, portanto, farei algumas associações fruto de estudos, pesquisa sobre a música com a visão trazida pelos antigos chineses e descrita em seu uso, pela visão cristã com seu livro milenar, a Bíblia."

Gostaria de colocar alguns pensamentos e convicções pessoais, além de sentimentos e experiências ligadas ao uso da música na terapêutica e muitas vezes, até no comando controlado ou descontrolado da alma. Grande parte de nossa conversa aqui colocada tem base no livro de Augusto Weber ” Música e Acupuntura” , excertos de livros de Musicoterapia e também do Livro dos Livros, a Bíblia.

Sou médico e músico por formação. Estudei música clássica e depois me envolvi com a harmonia moderna e a música popular.

Sou cristão por convicção, portanto, farei algumas associações fruto de estudos, pesquisa sobre a música com a visão trazida pelos antigos chineses e descrita em seu uso, pela visão cristã com seu livro milenar, a Bíblia.

Os primeiros relatos escritos sobre a influência da música no ser humano, parece que foram encontrados nos papiros médicos egípcios pelo antropólogo inglês Flandres Petrie, em Kahun, por volta de 1899. Esses papiros datam de, aproximadamente 4500 anos AC e se referem ao encantamento da música, ao qual atribuíam uma influência da fertilidade da mulher. Esse papiro revelava a utilização de um sistema de sons e de músicas, instrumentais e vocais para o tratamento de problemas mentais e emocionais e incluía indicações para algumas doenças físicas.

Na China da antiguidade, o imperador Huang-di (2704-2595) , famoso Imperador Amarelo, foi conhecido como o fundador do taoísmo, da medicina e da música. Os chineses descobriram a escala cromática chinesa a partir do ciclo das quintas, ou seja, uma série de notas com intervalo de quintas (Dó a Sol, Sol a Ré, Ré a La e assim por diante) produziria uma série de notas distintas que se repetiriam após uma sequência de doze notas, que constituem as doze notas da nossa escala cromática ocidental. Doze notas (emitidas por seis tubos yin e seis tubos yang) e relacionadas aos doze meses do ano. Cada nota tinha uma relação com um mês do ano, com uma estrutura e órgão do corpo e com um meridiano da Acupuntura.

“Confúcio, filósofo Chinês ( 551-478 AC ) acreditava que a música tinha valor espiritual e que alguns instrumentos musicais guardavam a pureza dos objetos sagrados. Por isso dizia que para um homem ser verdadeiramente instruído em todas as coisas, “é preciso estudar com cuidado a música e seus princípios naturais.”

Na mitologia grega é Apolo quem simboliza este casamento entre a Música e a Medicina. Segundo Homero, Apolo era o médico dos deuses no Olimpo. Apolo entregou o filho Esculápio a orientação pedagógica de Quíron, que lhe ensinou a arte de curar, de tocar música e outros conhecimentos. Píndaro em uma de suas odes, relata que Esculápio tratava os doentes fazendo-os ouvir cânticos.

Pitágoras fez o primeiro registro ocidental de associação da Musica a Matemática, por volta do século IV AC. Platão recomendava a música para a saúde da mente e do corpo e para vencer as angústias fóbicas.

Os árabes atribuíam qualidades terapêuticas a um de seus instrumentos – o alaúde.

Entre os Hebreus, a música tinha um papel de destaque nas praticas religiosas, como se observa na leitura da Bíblia : “quando o mau espírito se apoderava de Saul, David tomava sua harpa e Saul se acalmava, punha-se melhor e o espirito maligno se retirava dele ” I Samuel 16:23

A música trazia a presença de Deus para que profetas pudessem profetizar aquilo que Deus pretendia comunicar. É o caso do profeta Elias que pediu que lhe trouxesse um tangedor (um harpista) para que , quando este tocasse, a Palavra de Deus viria a boca e alma do profeta. II Reis 3:15

“Para Celso, o grande cirurgião que, como outros médicos de sua época, acreditava no valor da música, inclusive prescrevendo aos seus pacientes audição de violinos e violoncelos para alegrarem-se e apressarem sua convalescença”.

No século XVI com a Reforma Protestante, ocorre um renascimento da música principalmente com a música sacra. O grande responsável põe essa revolução foi Lutero, grande admirador da música: ” A música é a arte dos profetas, a única arte além da teologia que tem o poder de acalmar as agitações da alma”.

A partir do século XVIII, no Iluminismo, os efeitos terapêuticos da música começaram a ter estudos com uma ótica mais realista e de evidências.

O inventor da percussão torácica, Leopold Joseph Auenbrugger ( 1722- 1809) , Viena, Áustria, era médico e músico, colaborador do rival de Mozart, Antonio Salieri. Sua invenção veio da associação entre o tambor e a caixa torácica.

Renê T.H. Laennec ( 1781-1826), médico, flautista, inventou o estetoscópio, provavelmente inspirado na flauta. Certa vez ,ao invés de colocar o ouvido sobre o precórdio de uma paciente com seios avantajados, enrolou um pedaço de papel na forma de tubo e colocou uma das extremidades sobre o precórdio da paciente e a outra extremidade no seu ouvido, percebendo que o som ficou mais audível do que na ausculta direta. Daí surgiu o estetoscópio ! É impressionante a semelhança dos primeiros estetoscópios de madeira construídos por Laennec com as flautas daquela época.

Neste primeiro bate-papo, queremos deixar clara a relação entre a Musica e a Medicina, no agir na alma, no corpo, com sons, com sentimentos, compaixão, interação entre médico e paciente que se mostra fundamental na relação médico/paciente.

Fonte: www.gersonortega.com.br

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