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“Portanto, orai deste modo: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. Pois teus são o reino, o poder e a glória, para sempre. Amém.”
Esta oração está organizada da seguinte forma:
– Uma invocação ao Pai;
– 3 petições – centradas em Deus e em Sua glória;
– 3 petições – relacionadas as nossas necessidades;
– Exaltação e louvor – Doxologia.
Se notarmos bem, vemos a clara semelhança com os 10 mandamentos onde a primeira parte diz respeito ao nosso relacionamento com Deus e a segunda parte, como resultado da primeira, diz respeito ao nosso relacionamento com o próximo.
Pois bem. Falarei neste primeiro momento da invocação e dos 3 primeiros pedidos.
Antes de continuar, esta é a segunda parte do artigo sobre oração. Se você ainda não leu, acesse “A Oração Modelo Parte 1”.
Invocação
Pai
Jesus inicia ensinando com quem estamos nos relacionando e como devemos nos relacionar com Ele.
Ao orarmos, devemos ter a noção de que estamos falando com o nosso Pai. Isto está muito claro.
Mas a relação entre Pai e filho aqui é caracterizada pela maturidade e respeito. Não é uma criança imatura falando com um adulto.
É um filho amadurecido o suficiente para saber e reconhecer com quem está falando.
– Alguém maduro o suficiente para saber que está falando com seu Pai e por isto sabe que não há restrições neste relacionamento;
– Alguém maduro que fala de questões importantes com seu Pai;
– Alguém maduro que busca conselhos para cada decisão disposto a se submeter e mudar seus planos iniciais;
– Alguém maduro que deseja saber quais são as vontades de seu Pai com o propósito de satisfazer estas vontades.
Deus, o nosso Pai, nos chama para um relacionamento maduro, não infantil marcado por birras, manhas e paparicações. Isto não faz com que o relacionamento se torne rígido, insensível e distante. Torna o relacionamento respeitoso e confiável.
Respeitoso aqui está ligado ao temor que, em linhas gerais, é uma absoluta reverência a quem Deus é e que não admite qualquer atitude ou pensamento que possa ofendê-Lo ou provocar má reputação ao Seu nome santo.
Por estas razões, Jesus adverte que devemos começar nossas orações invocando Deus como nosso Pai e não como um ser distante e impessoal.
Estás no céu
Há dois aspectos nesta invocação.
1 Ele de fato está no céu ocupando uma posição que nenhum homem jamais ocupará ou poderá alcançar.
Deus está no céu. Isto nos fala da Sua grandeza, autoridade e domínio sobre todo o universo e sobre toda a terra. Nos fala do Deus todo poderoso, criador de todas as coisas.
2 Se por um lado nós não podemos ir até Ele no céu porque Ele é Deus, Ele elimina esta distância inatingível e vem a nós como nosso Pai.
Iniciar a oração invocando a Deus como nosso Pai que está no céu nos traz a realidade de que estamos orando a alguém para quem nada é impossível, pois tem todo o poder e toda autoridade no céu e na terra e esta pessoa é o nosso Pai que, por meio de Jesus, nos dá o direito legal de nos aproximarmos dEle sem restrições e apresentarmos nossas petições.
Esta consciência nos enche de reverência, confiança e modifica totalmente nossas orações e nossos pedidos.
As Petições
– Santificado seja o Teu nome;
-Venha o Teu reino;
-Seja feita a Tua vontade.
As 3 primeiras petições estão voltadas exclusivamente para glória de Deus.
Leia mais sobre esse assunto: Como orar um salmo
Santificado seja o Teu nome
O nome de Deus, o nosso Pai, transmite quem Ele é e representa o Seu caráter que é santo, imaculado e coberto de toda pureza.
“O nome de Deus não é uma simples combinação as letras D,E,U,S. O nome representa a pessoa que o usa, o seu caráter e a sua atividade. Portanto o ‘nome’ de Deus é o próprio Deus, como Ele é em si mesmo e se tem revelado”. John Stott
Sendo Deus o Eu Sou o que Sou, como podemos então santificar o Seu nome e como pode isto ser um pedido?
O nome de Deus é santificado quando Ele recebe a devida honra, é reverenciado e adorado como Deus.
Ao pedirmos que Seu nome seja santificado, estamos pedindo para que em nós e através de nós toda a honra, toda a glória e todo louvor que Lhe pertencem sejam reconhecidos e dados a Ele na igreja e no mundo.
Pedimos para que toda nossa vida e tudo o que pensamos e fazemos leve a quem nos vê e ouve a reconhece-Lo e glorifica-Lo como Deus.
Isto acontece porque ao pedirmos: Santificado seja o Teu nome – nós somos transformados, santificados e conformados à Sua semelhança.
Deus então resplandece Sua glória em nós e por meio do Seu Espírito, nos conduz a uma vida digna do nosso chamado em Cristo Jesus a fim de que sejamos para o louvor da Sua glória.
Este é um pedido para vivermos em harmonia com o propósito para o qual fomos criados.
Não fomos criados para ter sucesso, riquezas e fama. Fomos criados para que Ele seja glorificado, exaltado e adorado.
Qualquer empenho que não tenha este objetivo é um desvio de propósito.
Que nossa vida mostre ao mundo que o nome de Deus, o nosso Pai, é santo e deve ser respeitado como tal.
Venha o Teu Reino
O reino é o governo soberano de Deus sobre tudo e sobre todos.
Ao pedirmos: venha o Teu reino, pedimos para que através de nós todas as pessoas O conheçam como Senhor e se submetam a Ele, ao Seu domínio e ao Seu governo.
Este é um pedido para que Ele nos use como Seus cooperadores no estabelecimento imediato do Seu governo.
O Salmo messiânico afirma:
Salmos 22: 28. Porque o reino é do SENHOR, é ele quem governa as nações. – Almeida 21
Ao mesmo tempo é um pedido que expressa nosso desejo e anseio ardente por aquele dia futuro que a Bíblia relata que Ele virá e todo joelho se dobrará diante dEle e O reconhecerá como único e soberano Senhor e Deus. Dia este em que Ele reinará absoluto sobre toda a terra.
É um pedido que reflete o desejo constante pela volta de Jesus.
Seja feita a Tua vontade
No céu, toda a vontade de Deus é sumária, pronta e satisfatoriamente feita sem contestações ou dúvidas.
Orar para que a vontade de Deus, o nosso Pai, seja feita é:
-Em primeiro lugar, reconhecer que Sua vontade é boa, agradável e perfeita (Romanos 12.2).
-Em segundo lugar, expressa um desejo de ser encontrado por Ele como Davi foi encontrado (Atos 13.22) disposto a fazer toda a Sua vontade.
Não é a nossa vontade buscamos em oração. É a vontade dEle. Não é o que queremos, mas o que Ele quer. Não é o que desejamos mas o que Ele deseja.
– Em terceiro lugar demonstra uma disposição para que esta vontade seja consumada na terra de tal forma que reflita o que acontece no céu.
John Stott, ao falar destes 3 primeiros pedidos no livro citado acima, acertadamente diz que:
“Os três primeiros pedidos na oração do Pai Nosso expressam a nossa preocupação com a glória de Deus em relação ao Seu nome, ao Seu governo e à Sua vontade”.
Se estes elementos não fizerem parte dos objetivos centrais das nossas orações, elas serão meras repetições de palavras inúteis sem respostas ou efeitos em nossas vidas ou sobre a terra”.
Que possamos abandonar o egoísmo e a pecaminosa carnalidade de nossas orações e nos concentrarmos na glória, honra e poder de Deus.
Jefferson Ilário
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