Livro: Adoração na igreja primitiva
19 de julho de 2016“A si mesmo se esvaziou…”
28 de julho de 2016Forrest está hoje em uma igreja que neste momento está sem pastor, e nos enviou a seguinte pergunta:
“Normalmente usamos o tempo de culto como um meio para passarmos informações sobre os próximos eventos. No entanto, também estamos tentando desenvolver a consciência de planejar cultos que se concentrem na revelação que Deus faz de si mesmo e de suas obras e em nossa resposta a essa revelação. Temos tido vários atritos entre os planejadores do culto e os líderes de ministério, que querem dar anúncios. Você tem algum insight ou recursos que possam nos ajudar?”
Pela minha experiência, avisos áridos, enfadonhos, longos e sem nenhuma inspiração podem ser uma das maneiras mais eficazes de extinguir o Espírito. Os avisos podem fazer parte de um culto em que desejamos adorar a Deus? Creio que sim. Aqui vão algumas reflexões.
1. Adorar a Deus inclui edificação.
Segundo David Peterson, “é enganoso pensar nos cultos da igreja simplesmente como ocasiões para adoração, no sentido de oração e louvor. O ensino de Paulo nos obriga a reconhecer também a importância central do conceito de edificação na reunião do povo de Deus”(Engaging with God, p. 196). Ele chegou a essa conclusão com base em passagens como 1Co 14, 1Ts 5.11, Ef 4.11-16 e outras. Edificamos os outros quando o que dizemos e fazemos edifica as pessoas e fortalece nossa unidade no Evangelho.
2. As cartas do Novo Testamento eram lidas em reuniões da igreja.
Significa dizer que saudações (Rm 16.3-16), correções (Fp 4.2,3), anúncios (2Co 9.3-5) e outros elementos faziam parte da reunião. Quando Paulo se reuniu com a igreja após sua primeira viagem missionária, compartilhou os detalhes do que tinha acontecido (At 14.27). Tudo isso foi feito para edificar a igreja e, assim, glorificar a Deus.
3. A explanação e a quantidade dos avisos podem determinar quão edificantes eles serão.
Avisos bem preparados podem trazer glória para Deus de várias maneiras. Aqui estão alguns exemplos:
- eles motivam as pessoas a compartilhar o Evangelho: “Teremos um evento especial no próximo mês para responder a perguntas que muitos descrentes formulam”.
- agradecem a Deus pela expansão da igreja: “Gostaríamos que você procurasse dar carona, porque estamos ficando sem espaço no estacionamento”.
- honram o verdadeiro espírito de servo: “Tom Green, um dos nossos professores do ministério de crianças, tem servido a igreja há dez anos”.
- exibem os resultados do Evangelho: “Esta manhã, gostaríamos de receber 23 novos membros em nossa igreja”.
Mas, se não ajudamos as pessoas a relacionar o que estamos dizendo com o Evangelho e com a glória de Deus, essas conexões podem se perder. Os avisos devem ser compartilhados com entusiasmo, clareza, concisão e fé. A criatividade e o humor são um toque a mais.
Anúncios demais, no entanto, podem fazer com que as pessoas se esqueçam por que nos reunimos. Não nos reunimos simplesmente para ouvir sobre o que acontece em outros momentos.
4. Para evitar a sobrecarga de avisos, devemos fazer uso de meios alternativos de transmissão de informações.
Para evitar a sobrecarga de avisos, devemos encontrar outras maneiras de transmitir informações à igreja. Entre algumas das opções que usamos estavam:
- e-mails;
- um website fácil de navegar;
- anúncios projetados em uma tela antes de começar a reunião;
- folhetos e livretes;
- boletins.
Com certeza você pensará em outras formas ainda. O importante é decidir o que a igreja precisa ouvir no domingo de manhã e encontrar meios alternativos para transmitir as outras informações. A igreja consegue funcionar sem avisos? Certamente. Mas, se usados com sabedoria, eles podem ser uma oportunidade para edificar a igreja e honrar o nosso Salvador.
Por: Bob Kauflin. Copyright © 2006 Worship Matters. Direitos reservados. Tradução: Fabiano Silveira Medeiros. Revisão: Filipe Castelo Branco. Original: Is There a Place for Announcements?