Qual seria o maior presente de natal?

presente-natal

O maior presente de natal

Depois de um ano conturbado como este que está se encerrando, principalmente no cenário
econômico e político, muitos têm tido dificuldades de encontrar “clima” para comemorações.
Alguns acabam abraçando o frenesi da correria de fim de ano tentando abafar as frustrações,
outros procuram de alguma forma fabricar o que ainda não surgiu naturalmente com a chegada do
mês, aquela boa expectativa, seja de boas festas ou de bons negócios.

Pude notar esse sentimento no ar ao observar como os elementos festivos foram surgindo na
cidade. É comum, no início do mês de novembro, já podermos ver as luzes nas janelas, as lojas
climatizadas, os corredores dos Shoppings ricamente decorados. Este ano foi diferente. No início
de dezembro, foram surgindo timidamente um pisca-pisca aqui, outro acolá… os estabelecimentos
comerciais se demoraram em colocar seus adornos, e muitos deles sequer aderiram à decoração.
Nos últimos dias até começou a surgir um clima um pouco mais animado, mas muito aquém do
que estamos acostumados a ver.

Este desânimo se estendeu também para dentro de algumas igrejas, já que muitos dos seus
membros estão igualmente sofrendo com desemprego, dívidas, problemas relacionados à má
gestão politica e à corrupção em nosso país. Me vi entristecida por notar as pessoas nessa
atmosfera sombria, pois particularmente gosto muito desta época. Os corações tendem a se
encher de esperança, os problemas ficam um pouco de lado, algumas famílias realmente se unem
num amor verdadeiro, mas principalmente, nós como cristãos comemoramos o nascimento do
Ungido de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor. Quando passei a meditar sobre o significado do
Natal para a igreja, percebi que, dentro desse cenário atual, temos uma oportunidade única de
voltar nossos corações às verdades acerca do nascimento de Jesus.

Assim como todos esperam muito as festas do fim de ano, os judeus esperavam ansiosamente a
vinda do Salvador. Porém, o episódio de seu nascimento frustrou toda e qualquer fantasia feita em
torno de como ele nasceria, cresceria e salvaria o seu povo. Talvez eles esperassem que este
salvador que livraria seu povo das mãos dos seus opressores nascesse em um berço real, com
seu caminho pavimentado para o sucesso, afinal, ele seria o Filho de Deus.

Mas não foi assim. Quando chegou a sua hora, próximo ao momento da sua sobrenatural
encarnação, não havia lugar para Ele. Uma manjedoura foi seu berço improvisado. Se isso
ocorresse nos dias de hoje, Jesus teria nascido no estacionamento de algum estabelecimento
qualquer, e colocado numa caixa de sapatos ou algo similar. É chocante, mas é exatamente este
o contexto do nascimento de Jesus. Quão humilde foi sua chegada, o Rei do Universo, ali,
embalado e acomodado no meio do feno que servia de comida aos animais. Muito provavelmente
cheirava a esterco o local onde Maria descansou após o parto.

Mesmo assim, a boa notícia chegou aos pastores que estavam ali, próximos, com as ovelhas
durante a noite. Anjos surgiram em festa, proclamando a chegada do Rei dos Reis. Magos vieram
de muito longe trazer os seus presentes guiados por uma estrela que surgiu no céu, marcando o
local onde o Messias dormia.

Depois deste episódio tão lindo, Herodes mandou matar todos os bebês judeus que haviam
nascido naquela época. Foi quando Maria e José, orientados por um anjo, fugiram para o Egito
com Jesus, a fim de protegê-lo. Note como o nascimento de Jesus está envolto num cenário de
pobreza seguido de profunda dor. A vinda do Rei representava uma mudança, Deus encarnado
agora caminhava sobre a Terra, e isso deixava um rastro de transformação onde quer que Ele
estivesse.

Estes dias difíceis que estamos vivendo são a oportunidade ideal de trazer de volta nossos
pensamentos a estes episódios. O nascimento de Jesus não foi algo tão belo como fantasiamos,
ou como os quadros insistem em retratar. A beleza de Sua vinda recai sobre o seu propósito, o
cumprimento de que Ele viria e salvaria o seu povo dos seus pecados. Não se trata de presentes
ou de um clima perfeito, nem de esperanças vazias sobre aquilo que achamos que podemos
construir, mas trata-se de como nosso destino foi selado, quando aquele pequeno choro cortou a

noite, em Belém. Foi ali que os primeiros passos a caminho da justificação foram dados. Não
havia glória, nem riqueza, nem abundância. Havia a reconciliação do homem com Deus.

Por: Luciana Beatriz Fratelli

Comentários

comentários