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22 de maio de 2018
“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas (…) ausentando-se deles os anjos para o céu…” Lucas 2.13-15
Não existe passagem bíblica que informe tão claramente sobre a linguagem do céu na terra. É um dos registros bíblicos mais impressionantes a respeito do instante em que a terra é poderosa e sobrenaturalmente visitada pelos céus.
O nascimento de Jesus provocou essa visitação bendita e trouxe aos homens a revelação da linguagem do coração de Deus:
“Voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e viso, com lhes fora anunciado” (Lc 2.20).
Que noite maravilhosa aquela! Estava oficialmente instituído o idioma do céu entre os homens, a partir do Senhor Jesus! A semente da adoração e do louvor celestial fora lançada na terra para provocar toda sorte de milagres (v.13).
De acordo com o verso 18, todos se maravilharam: Simão louvou a Deus e profetizou (vs. 28, 34-35), José e Maria também ficaram maravilhados (v.33), a profetisa Ana agradecia a Deus (v.38).
Quando o céu visita a terra, passamos a conviver com milagres, uma grande alegria nos invade e o ambiente em que estamos é transformado. Adoração é a linguagem do céu que transporta o homem para o mundo de Deus fazendo com que ele tenha uma vida vitoriosa a cada dia.
Linguagem do céu
“…e não descansavam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é. e que há de vir” (Ap 4.8).
O céu é um lugar de adoração, contínua e incansável adoração. Aqueles que se destinam ao céu terão como atividade única adorar, prostrar-se e cantar um cântico novo ao que está assentado sobre o trono:
“…e quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhes os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de cada tribo, língua, povo e nação…” (Ap 5.8-9).
A mente humana é incapaz de conceber uma situação tão sublime quanto a que o texto nos oferece. Talvez nos perguntemos como é possível ficar dia e noite adorando ao Senhor. Será que nã teremos outra atividade além dessa? Contudo, há que se considerar uma outra realidade, outra dimensão. É o mundo de Deus, a eternidade, o corpo glorificado não mais sujeito ao cansaço e às limitações humanas; e, acima de tudo, trata-se de estar na presença daquele que era, que é, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Nós não sabemos o que significa estar diante do Senhor, longe do pecado, das doenças e dos demônios, o que é comum aqui na terra. Imagine contemplar o Senhor face a face, olhar para o Cordeiro que nos amou e em cujo sangue nos lavou dos nossos pecados:
“…e da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da terra. Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados…” (Ap 1.5). Com certeza será algo indescritível, um gozo indizível nos invadirá e só nos restará prostrarmo-nos e, dia e noite, proclamarmos: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” (Ap 5.12).
O céu é um lugar de adoração, e um lugar para adoradores. O Senhor trouxe para a terra a linguagem do céu, ensinou-a aos homens, e ao céu os levará, onde, por toda a eternidade adorarão o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu!
Linguagem do céu na terra
“O meu louvor virá de ti… (…) …encha-se a minha boca do teu louvor…” (Sl 22.25; 71.8).
A Palavra de Deus afirma que o trono do Senhor está nos céus (Sl 11.4). O próprio Deus diz através do profeta:
“…o céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés…” (Is 66.1).
Através do texto dá para se imaginar a grandeza de Deus. Ele é tão tremendo que os céus não são suficientes para contê-lo. Todavia, apesar do seu trono nos céus, há outro trono onde nosso Deus também se assenta:
“Contudo tu és Santo, entronizado entre os louvores de Israel” (Sl 22.3).
Sabemos pelas Escrituras que o Senhor está nos céus, mas também está na terra:
“Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares…” (Sl 139.8-9); “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3).
Davi tinha ciência disto e Isaías tinha percepção da presença gloriosa do Senhor em toda a terra. Nos nossos dias não é diferente. Deus quer que tenhamos uma visão dele no trono e de sua presença em nós e ao redor de nós.
É meio difícil explicar, mas a realidade é que o mesmo Deus grandioso que está no trono é atraído pelos nossos louvores. A linguagem da adoração é uma linguagem que interessa ao Pai:
“Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4.23). É a linguagem do seu reino, a linguagem do amor de Deus, que, portanto, se expressa através deste sentimento: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado” (Rm 5.5).
Assim como o amor de Deus é derramado em nossos corações, o meu louvor também vem do alto, vem do Senhor. Creio que temos um fato novo, no sentido de uma experiência que provavelmente pouco conhecemos.
Experiência com a palavra
Há algum tempo atrás fui tocado poderosamente por um texto que provocou uma revolução em minha vida (Salmo 22.25). Embora já o tivesse lido em outras ocasiões, naquela manhã foi surpreendentemente novo para mim, pois deixou no meu coração um tremendo desafio e o desejo de adorar ao Pai com o louvor que vem dele.
Tive a clara impressão de que se tratava de um nível mais profundo de adoração. Passei a crer na possibilidade de louvar ao Pai com uma canção vinda do céu. No dia seguinte levantei-me cedo e comecei a orar sobre aquela idéia que ia amadurecendo em mim. Pedia com fé ao Senhor que me desse um louvor novo, melodias e harmonias novas. Sentia uma atmosfera diferente em meu espírito, uma alegria nova, um amor novo por Jesus, por minha família, etc…
Foi aí que surgiram canções novas. Sabia que algo novo tinha acontecido comigo. As inspirações foram produzindo canções de todo o tipo e estilo. Nunca compus tanto em minha vida. Pude mais uma vez constatar o poder da Palavra, pois sem ela não teria sido tão abençoado.
Entendo melhor hoje o que o salmista quis dizer ao declarar:
“Oh! quanto amo a tua lei! é a minha meditação em todo o dia” (Sl 119.97).
Estou crendo mais em meu Deus e na sua Palavra. Se antes já era bom, agora é multiplicadamente melhor. Meu desejo é cantar este louvor que vem do céu, servindo ao Senhor, sua Igreja, meu país, minha geração, cada dia da minha vida.
Minha esperança é ver nosso Brasil banhado por esta adoração do céu que manifestará a glória de Deus, salvando vidas, destruindo as trevas e expandindo o reino do Senhor!