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16 de março de 2017Nada feio é chamado glorioso na Bíblia. Existe “grande pecado” (Gênesis 20:9), mas nunca “pecado glorioso”. O maligno possui “poder neste mundo” (Efésios 6:12), mas não “glória neste mundo”. A razão para isto é que pecado e maldade não são bonitos. Mas glória inclui beleza. Glória inclui mais, mas nunca menos. Nada feio é glorioso.
Portanto, a beleza de Deus é tão pervasiva e prática quanto a glória de Deus. Se nós admiramos a glória de Deus, estamos admirando a beleza de Deus. Se a glória de Deus tem um efeito em nossas vidas, é a beleza de Deus que está tendo um efeito. Se Deus age para magnificar sua glória, ele está agindo para magnificar sua beleza.
Então considere a função pervasiva e prática da beleza em todas as coisas.
A TRINDADE
Na comunhão eterna da Trindade, o filho “é o resplendor da glória de Deus” (Hebreus 1:3). Ele é a imagem da glória de Deus (2 Coríntios 4:4; Colossenses 1:15). Deus o Pai considera a beleza do Filho e o ama. “Este é meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17). Beleza pertence à natureza do Deus Triúno.
CRIAÇÃO
Deus criou o mundo para expor sua beleza. “Os céus declaram a glória de Deus” (Salmo 19:1). Quando Deus criou a glória da luz, ele previu o que ela faria na nova criação dos corações humanos. “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4:6). Na nova criação, vemos a beleza de Deus na face de Cristo. Na antiga criação, vemos a beleza de Deus nos céus e na terra.
QUEDA E PECADO
A pior coisa que aconteceu na queda foi o eclipse da beleza de Deus no coração dos pecadores. “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós” (Isaías 59:2). Esta é a maior perda na queda do homem. ” Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem” (Romanos 1:22-23). Na raiz do pecado está a cegueira para a beleza de Deus.
ENCARNAÇÃO
O Filho de Deus se tornou homem para tornar a beleza de Deus visível como nunca antes. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (João 1:14). Pelo trabalho do Santo Espírito, o registro inspirado do Cristo encarnado torna possível para todos nós (que lá não estivemos) ver sua beleza. Quando Espírito ilumina as Escrituras, nós vemos “a Glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4:6).
CONVERSÃO E SALVAÇÃO
O milagre que cria a visão da beleza de Cristo é o novo nascimento — a nova criação. Isto acontece pelo poder soberano de Deus, como na primeira criação: “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2 Coríntios 4:6). Ser convertido é ver Cristo crucificado por pecadores como convincentemente e satisfatoriamente belo. Jonathan Edwards chamou a esta visão “felicificando” (“The Pure in Heart Blessed,” [Abençoados os Puros de Coração] Works, Yale. Vol. 17, p. 59ff).
Salvação é a experiência transformadora do gracioso esplendor da face de Deus. “Restaura-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos” (Salmo 80:3). ” Bem-aventurado o povo que conhece os vivas de júbilo, que anda, ó SENHOR, na luz da tua presença” (Salmo 89:15).
SANTIFICAÇÃO
Estamos progressivamente sendo tornados mais como Cristo ao ver e saborear sua beleza. “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem” (2 Coríntios 3:18). Quanto mais você contempla beleza, mais belo se torna. É por isso que Paulo disse “tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8).
ADORAÇÃO
O Senhor revela sua beleza para nossa adoração pela “palavra do Senhor” (1 Samuel 3:21). E o centro da adoração é fixar-se nesta revelação, sentir seu valor, e expressar nossa admiração. “Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo” (Salmo 27:4).
CONSUMAÇÃO
A bem-aventurança final do povo de Deus será a beleza de sua presença manifesta. “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória” (João 17:24). “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face” (1 Coríntios 13:12). “Contemplarão a sua face” (Apocalipse 22:4). “Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1 João 3:2).
RESUMO
De eternidade a eternidade, a beleza de Deus é pervasiva e prática. Peça a ele que abra os olhos do seu coração (Efésios 1:18). Entregue sua vida a esta procura — ver e saborear mais e mais da ‘felicificante’ beleza de Deus.
Por: John Piper. © 2013 Desiring God Foundation. Original: How Pervasive and Practical Is the Beauty of God?