O Evangelho Autêntico – Sóstenes Mendes
26 de abril de 2018Will Reagan – Feeling Low
27 de abril de 2018“Louvai-O com címbalos sonoros; louvai-O com címbalos retumbantes.” Salmos 150.5 – Almeida 21
Aproveitando o gancho dos últimos textos, nesta conversa vamos falar um pouco sobre pratos, ou címbalos, para acompanharmos o termo bíblico usado no salmo doxológico acima.
É inimaginável pensar em uma bateria sem pensar nos pratos. Para “medir” seu grau importância, podemos dizer que os pratos são para o baterista o que os pedais de efeito são para o guitarrista rsrs.
Ainda nesta comparação pratos x pedais de efeitos, a quantidade pode chegar ao infinito e se você perguntar para qualquer baterista ou guitarrista se tamanha quantidade é realmente necessária, ouvirá uma convincente justificativa para necessidade de uso de cada um deles.
Mas aqui tratarei de um set de pratos básico com ênfase no propósito dos pratos. Nada de exagero.
Os pratos, em muitos casos, representam o maior investimento que compõe o custo total de uma bateria. Por esta razão devem ser escolhidos com muito cuidado e critério.
Passeando um pouco pela História
Os pratos são um composto de metais, normalmente uma combinação de cobre, estanho e prata, forjados por mãos habilidosas com o propósito de produzir sons únicos e significativos.
Vemos relatos bíblicos que falam dos pratos, ou címbalos, por exemplo em 2 Samuel 6.5; I Crônicas 13.8; 16.42; Salmo 150.5. Certamente não podemos deixar de citar Jubal (Gênesis 4.21) como o “pai” de todos os músicos adoradores, pois ele foi um grande e habilidoso fabricante de instrumentos musicais que tinham como finalidade a adoração. Mas talvez o relato de capacidade para manusear elementos naturais e transformá-los em uma obra de arte registrados historicamente na bíblia seja o de Êxodo 35. 30-33;
“Depois destas coisas, Moisés disse aos israelitas: O Senhor designou Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o encheu do Espírito de Deus, dando-lhe sabedoria, entendimento e habilidade (compare com Isaías 11.2) em todo ofício, para criar obras artísticas, para trabalhar em ouro, em prata e em bronze, para lavrar pedras de engaste e fazer entalhe em madeira, enfim, para trabalhar em toda a obra de arte.”
Sim, considero a manufatura dos pratos como uma obra de arte e Deus capacitou pessoas para manusearem os elementos naturais e os transformarem em instrumentos musicais também.
Nossa história recente fala de Avedis, para citar apenas um exemplo, nascido em 1596 que seguindo a profissão de seu pai, se tornou um grande fabricante de metal em Constantinopla e em 1618 foi autorizado pelo Sultão a fabricar pratos para a corte. Foi nesta ocasião também que passou a ser reconhecido pelo sobrenome Zildjian que em armênio significa: Filho do Fabricante de Pratos ou Família de Fabricantes de Pratos. Veja o relato histórico completo aqui.
Os pratos de bronze já eram fabricados há séculos, mas Avedis foi capacitado com uma habilidade e técnicas incomuns para desenvolver um processo de combinação dos metais que lhe permitia trabalhar com uma espessura jamais conseguida antes. Sua técnica lhe permitiu produzir pratos com tonalidades, até então, nunca alcançados. Ainda hoje a Zildjian é uma referência na fabricação de pratos.
Tipos de Pratos
Os principais parâmetros que devemos ter em mente ao escolher um prato são: Tamanho (polegadas) e espessura (grossura). Estes dois fatores influenciam diretamente no timbre e sonoridade final produzidos pelos pratos.
Por esta razão, é preciso definir em primeiro lugar, qual é o estilo musical mais comum tocado na igreja local para que a escolha seja adequada às necessidades musicais que são executadas nela, pois as várias especificações produzem um resultado de timbre característico que pode não cooperar com os objetivos de adoração da igreja local.
Isto é muito importante pois devemos ter dois objetivos no centro de nossas decisões ministeriais:
– Glorificar a Deus e servir a igreja local.
Levando em consideração que o estilo mais comum tocado nas igrejas hoje é o Pop Rock, vamos considerar este estilo para classificarmos o uso mais comum dos pratos.
Chimbal
Os chimbais, por exemplo, podem ser encontrados com 13, 14, 15 e até 16 polegadas.
Os mais comumente usados são os de 14” e, dependendo da espessura, o timbre final resultará em maior ou menor emissão de notas médias ou agudas e maior ou menor sustentação sonora, isto é, a nota ressoará por mais tempo ou menos tempo quando o chimbal for tocado aberto.
Condução
Os pratos de condução são encontrados com 18, 20, 21, 22 e 24 polegadas e os de 20 e 22 polegadas são os mais usados com espessura média, com algumas exceções que dependem do gosto e técnica do baterista.
A sonoridade desta especificação é interessante por apresentar uma sustentação sonora considerável sem perder o “brilho” dos harmônicos disparados ao tocar.
Pratos de ataque
Os pratos de ataque são os que mais apresentam variedades.
Podem ser encontrados com 6, 8, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 22 e também com surpreendentes 24 polegadas. Seus formatos também são encontrados nas mais variadas formas.
Esta grande variedade se dá, principalmente, porque o propósito de um prato de ataque é o de produzir efeitos em momentos específicos da música. Como a conclusão de uma virada, por exemplo.
Os mais comumente usados vão de 14 a 18 polegadas de espessura mais fina pois produzem um som mais caracteristicamente agudo e o propósito em usá-los é pontuar um momento específico da música.
É preciso muito bom senso na escolha do prato ou dos pratos de ataque levando em consideração os propósitos apresentados acima; estilo de música, objetivos da igreja e custo. Caso esteja na fase de escolha ou renovação dos pratos de sua igreja, sugiro que converse antes com seu líder ou diretamente com seu pastor para que, juntos, estabeleçam os parâmetros e os critérios de escolha para que fiquem bem claros antes que as pesquisas se iniciem e a compra seja efetivada.
Espero que esta matéria contribua com a ampliação de seus conhecimentos e te desperte a se aprofundar nos assuntos que abordamos aqui. Na próxima falaremos dos cuidados com os pratos e a maneira mais correta para tocá-los.
Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários. Terei prazer em responder.
Lembre-se:
“… tocai com habilidade e alegria” Salmo 33.3 – Almeida 21
Por: Jeferson Ilário