Conselhos para jovens cristãos sobre namoro

"Neste dia dos namorados, que possamos meditar acerca de relacionamentos."

Dia 12 de junho se comemora o dia dos namorados, e muito se fala sobre esta data. O foco comercial enfatiza a sedução, a malícia, a conquista e por fim, o sexo, visto que hoje em dia praticamente inexiste namoro sem sexo. E quando digo que não existe, isso é fato mesmo, sem exagero. Há alguns dias fui convidada a escrever a respeito de relacionamento, e não pude deixar de pensar neste aspecto, e em como muitas vezes deixamos de mencioná-lo, talvez com receio de ofender alguns, afastar outros ou até por não sabermos lidar com o assunto.

Hoje nos deparamos com bancos de igrejas cheios de namoros “sexualmente ativos”, pessoas que se convertem ao evangelho dentro de uma realidade e que não veem necessidade de mudança de comportamento, talvez por falta de compreensão, temor ou conhecimento, e outros que simplesmente não conseguem se manter firmes no propósito de se guardar. Eu acredito que o grande problema deste assunto é basicamente o tamanho que ele ocupa em nossas mentes. A importância que ele tem sobrepuja outros parâmetros muito mais importantes dentro de um relacionamento, que irão perdurar além, muito além, quando outras coisas acabarem, até mesmo o sexo. São esses valores que explicam o amor que permanece entre pessoas que estão em locais distantes, semanas, meses e até anos sem se encontrarem. Também permanecem quando um adoece, o outro continua ali para cuidar, ao seu lado, até o fim. Eu falo de valores além do aspecto físico, mas que interferem neste também, de modo que não existe separação entre corpo e emoção. Falo de amizade, respeito, verdade, amor genuíno, amor incondicional, amor de Deus.

Certa vez eu conversei com uma garota que estava triste pois tivera relações com o namorado, pela primeira vez, e notara que o fato não satisfizera sua ansiedade. Lembro-me que respondi que aquilo, nem qualquer outra coisa, poderia satisfazer esta ansiedade, pois tratava-se de um desejo nascido pura e simplesmente da curiosidade do corpo de experimentar sensações. Quando sanada esta curiosidade, viriam outras e outras, e cada uma delas, sendo atendidas, dariam origem às mais estranhas curiosidades, o que explica os caminhos promíscuos que a humanidade tem trilhado ao longo de sua existência. Expliquei porém que, se o coração dela estivesse confortado pelo amor de Cristo, e consciente de que seu companheiro a amava e respeitava, e se ela o amasse e o respeitasse, e a ele pertencesse, após o casamento, quando se tornassem uma só carne, essa necessidade seria saciada, pois ambos se completariam, e o cimento que faria essa liga seria o amor de Deus, puro, sem corrupção, sem egoísmo, pleno. (Ef 5:22-33)

Numa geração acostumada ao imediatismo, todas as etapas de um relacionamento são consideradas fúteis, insignificantes e dispensáveis, já que podemos chegar logo ao fim das coisas, garantir nossa satisfação e nos certificar de que é realmente isso o que desejamos. Porém em todas as coisas que Deus faz, ele nos ensina que o tempo é responsável por nos fazer evoluir em cada etapa. (Ec 3:1) No relacionamento não poderia ser diferente. Um bom exemplo disso é a maternidade; nos tornamos mães no momento em que engravidamos, e nem por isso nós já estamos com um bebê nos braços. Temos nove longos meses pra nos preparar e nos acostumar com a ideia. Temos nove meses pra nos relacionar com um bebê que ainda nem nasceu.

Antigamente, quando havia a intenção de namoro, um rapaz cortejava uma garota, primeiro conversando, depois com flores, passeios, demorava um tempo até segurar a mão, e assim, a ideia era cultivar, muito antes de qualquer contato físico, uma amizade. Noto que casamentos que foram antecedidos por poderosas amizades têm um fundamento muito firme, visto que o conhecimento mútuo do casal está mais livre de máscaras e fingimentos. O que quero dizer é que nós, cristãos, precisamos compreender duas coisas: a primeira é que o relacionamento real com uma outra pessoa é baseado no conhecimento que se tem dela, não no contato físico que se tem com ela. A segunda coisa é que relacionamentos precisam de tempo pra serem construídos, e se não forem sólidos, não vão subsistir quando tempos ruins vierem. Um relacionamento à luz da Bíblia espera o momento certo para o sexo, ou seja, após os votos de casamento. (I Co 7:9)

Se houve ou há relações sexuais antes do casamento, é necessário ajustar a situação. Arrependimento e transformação, mudança de rota e novidade de vida.

Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações. Tendo perdido toda a sensibilidade, ele se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza. Todavia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo. De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” Efésios 4:17-24

O Senhor é todo poderoso pra restaurar nossas vidas e nos perdoar de todo o pecado, desde que nosso arrependimento seja verdadeiro (I Jo 1:9). Sua Palavra viva nos ensina como devemos nos comportar e como é importante vivermos em santidade e amor uns para com os outros. (2 Tm 3:16).

Neste dia dos namorados, que possamos meditar acerca de relacionamentos. Inicialmente acerca do nosso relacionamento com Deus Pai, Jesus Cristo e Santo Espírito, o Trino Deus. Depois, em como esta santa comunhão tem regido nossos demais relacionamentos, amizades, namoro, casamento. Temos permitido que a luz e a verdade das Escrituras conduzam nossas decisões conjugais? Ou que a voz do Espírito nos conduza a caminhos seguros no nosso namoro? Que possamos resgatar o amor de Deus, real, imutável, incomparável, puro e perfeito como a real busca dos nossos corações, e que este amor, sendo o centro dos nossos relacionamentos, traga o equilíbrio ideal para o amor que nutrimos uns pelos outros, transformando nossa relação numa linda história de amor.

Luciana Fratelli

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